sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Entrevista - Doyoulike?


Originários do Rio Grande do Sul, a Doyoulike? anda colhendo os frutos de seu primeiro álbum, 'Uncano', porduzido de forma totalmente independente. Formada por Érico (guitarra, voz), Z (guitarra, vocais), Gulis (baixo) e Neko (bateria), a banda almeja crescer na base da independência.
Confira o papo com a banda.


Como se conheceram e como começou a Doyoulike?
Nós nos conhecemos há alguns anos atrás, pois todos nos tínhamos banda e costumávamos tocar juntos e organizar eventos juntos. Nos conhecemos nos shows que rolavam no underground da cena de Porto Alegre. A doyoulike? nasceu em um período de hiato na cena, onde a maior casa do underground havia fechado às portas e nossas bandas haviam dado um tempo. Então, como já éramos amigos decidimos nos juntar para toca alguns covers e ser única e exclusivamente uma banda de abertura para qualquer show. E assim começamos e a brincadeira foi ficando séria e estamos aí agora.



Contem como foi o processo de composição, produção e gravação do disco ‘Uncano’?

Ao contrario do Ep “Até onde meus pés aguentarem”, em Uncano tivemos tempo para poder produzir as músicas e pensar bem antes de incluir ou não alguma musica. Nós somos uma banda que cria muito, já estamos com músicas novas e isso é muito bom quando se trata de compor um disco. O disco foi gravado em um home Studio. Em outras palavras, foi gravado no quarto do Goo. Goo foi o responsável pela produção e gravação tanto do Uncano como do Até onde meus pés...

Gravado de uma forma totalmente independente, dessa vez começamos as gravações já sabendo onde queríamos chegar. No Ep, por exemplo, terminamos de compor algumas musicas em “estúdio” mesmo, totalmente no feeling.


A banda tem um fotolog, e uma página no MySpace. Como é a relação da banda com a internet?
Além da página no myspace, temos uma página no tramavirtual, no purevolume, no youtube etc... Hoje em dia, uma banda independente é muito dependente da internet. Nós quatro estamos sempre respondendo comentários no fotolog, na comunidade do Orkut, myspace, etc. Gostamos dessa “proximidade” que a rede é capaz de proporcionar. Estamos cada vez mais, tentando aumenta o contato com o pessoal pela internet.


De que forma vocês avaliam a cena underground atual?

A cena underground nunca esteve tão mainstream. O número de bandas aumentou imensamente. E isso é bom. Maior variedade, mais publico, mais oportunidades para as bandas em geral. Houve um tempo em que a cena era algo muito mais “romantizado”, rolava uma paixão por ser under. Não que hoje não exista mais isso, mas algo que percebo é que as bandas de hoje, nascem no underground visando apenas o mainstream e pensam em alcançar isso à todo custo. Infelizmente a vida de um “undergrounder” é complicada e a subexistência ainda é utópica para a grande maioria. Em suma, creio que a cena nunca esteve tão promissora, mas continua sendo um caminho de espinhos como sempre foi.



Como surgiu a idéia de ter ‘revendedores’ do ‘Uncano’ nos colégios da região sul?
Nós temos o costume de entregar ‘flyers’ dos shows que organizamos na saída dos colégios aqui em Porto Alegre. Nos pareceu óbvio e urgente criar uma maneira de estreitar a nossa relação com os colégios, então criamos o “Invasão Estudantil”. Com o Ep nós já tínhamos alguns revendedores, mas o numero ainda era pequeno. Com o lançamento do Uncano foi possível ampliar a rede e agora contamos com um número razoável de mais de 30 colégios cadastrados em Porto Alegre e região metropolitana. As vendas dos CDs são remuneradas. Quanto mais CDs vendidos, mais grana o revendedor lucra.



Em 2007, vocês lançaram o EP ‘Até Onde Meus Pés Aguentarem’. Qual foi a melhor coisa de ter lançado este trabalho?
Além do reconhecimento, muitas portas se abriram. Com o Ep conseguimos visitar o Rio de Janeiro e Santa Catarina, sem falar nas cidades do interior do Rio Grande do Sul. Conseguimos dar um passo a mais do lugar que havíamos chego com nossas antigas bandas. Esse Ep nos deu força e coragem para enfrentar de peito aberto a vida no mundo do rock independente. Tocamos em algumas das maiores rádios do estado, tivemos oportunidade de abrir shows de bandas que nos influenciaram e admiramos. Talvez a melhor coisa de ter lançado esse trabalho tenha sido todo o resultado que obtivemos com ele. Sei que essa resposta é um tanto subjetiva, mas como a doyoulike? não era pra ter sido nada além de uma banda de cover, tudo o que alcançamos com esse trabalho com 6 músicas próprias é lucro. Nunca imaginei que eu conseguiria sair do estado onde eu nasci com uma demo gravada em um home estúdio.



Que nomes da cena gaúcha vocês destacariam?

Destaque para a banda Tópaz que está bombando aqui no sul. Está entre as dez bandas mais pedidas na maior rádio da região sul do país. Vettoratos, um power trio com muita personalidade. Plátano, uma banda de hardcore melódico que tá vindo com tudo. Stella Can, banda de meninas que tocam muito. Rock cantado em inglês e com uma pegada de The donnas. Citaria ainda as bandas Vouten, Área restrita, Keepers e Fused. Galera motivada formando a nova geração do underground da região metropolitana.


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