sábado, 9 de maio de 2009

Coluna do Cesinha - O Início e o Decorrer


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Dessa vez o tema aqui é pra falar um pouco mais sobre o meu trabalho em si, pois vivo recebendo muitas perguntas relacionadas a isso e acho que talvez seja a hora de tentar explicar mais ou menos o que eu faço, como fiz pra chegar onde estou e coisas assim.
Enfim, então pra começar nada melhor do que o começo, certo? Então... resumindo bastante para não ficar cansativo e cheio de blá blá blá, desde que nasci meu pai já me fotografava com a sua Pentax K1000 (de filme claro, porque em 1980 nem pensavam em digital pelo o que eu sei –risos-). Cresci sendo fotografado e sendo filmado por ele... aliás, ele não tem nenhuma profissão (ou não tinha) relacionada a isso, apenas gostava e tinha como um hobby.
Com 13 anos fizemos uma viagem de família para a Serra Gaúcha e ele jogou a câmera na minha mão e falou pra eu ir tirando as fotos da viagem. Me explicou mais ou menos como aquilo tudo funcionava - mesmo porque nem ele tinha muita noção - e assim foi. Lembro que eu saía em busca de imagens diferentes... analisando hoje as fotos eu dou risada, mas acredito que a intenção era boa.
Quando eu estava no segundo ano da faculdade, isso em 1999, conheci um cara que pra mim foi um dos grandes responsáveis por eu estar fotografando hoje, o nome dele é Marcelo Ribeiro. Ele aparecia na aula com fotos ampliadas de shows que eu costumava a ir na época - aliás, tínhamos o mesmo gosto musical. Então adentrar a sala de aula e me deparar com ele tirando do envelope fotos reveladas do Green Day, Bad Religion e outras bandas que ele fotografava para os variados meios de comunicação (e pra ele também, claro) me deixava entusiasmado - e logicamente, querendo pra mim. Ainda na faculdade, tínhamos aula de fotografia (pra quem não sabe, me formei em Rádio e TV), e logicamente ele nem frequentava a aula, apenas levava suas fotos depois... e eu dentro daquele laboratório ficava horas ali se me deixassem, ampliando tudo quanto é foto que eu tinha feito e coisas assim (hoje em dia acho que perdi quase todas - pra não dizer todas).
Voltando a resumir... acho que sempre tive um pé na fotografia.
Me formei em 2001 e nessa época eu trabalhava em TV, mais especificamente na TV Cultura. Nada de fotografia.
Fui voltar a ser abraçado pela fotografia em 2003, com o boom das câmeras digitais. Novamente aquilo voltou pra minha vida e acho que foi definitivamente. Em 2004 entrei em um curso de verdade de fotografia, pois já tinha percebido que aquilo era realmente o que eu queria. Fiz meu curso na escola Panamericana de Arte em São Paulo.
Em 2005 me mudei para Curitiba com a cara e a coragem, simplesmente por querer morar lá. Não tinha emprego nenhum me esperando nem nada. A princípio tentei trabalhar em algumas produtoras de video, tvs e coisas assim, mas nada aconteceu, então, mais uma vez a fotografia veio gritando no meu ouvido. Vi que eu tinha que fazer algo que dependia só de mim, e assim foi.
Comecei fotografando bandas de amigos de lá e uma coisa acabou levando a outra. Quando eu vi, já estava fazendo alguns books particulares, fotografando casamentos, batizados, eventos sociais... aí acabei arrumando um fixo de fotógrafo de agência de modelos e assim foi. Mais pra frente comecei a fazer freelance para agências de publicidade, comecei a fotografar para uma revista local e quando eu dei por mim, já estava lá faziam 3 anos e vivendo apenas da fotografia.
Já no final de 2007 eu estava com a meta de voltar para São Paulo para estudar mais, fazer minha pós-graduação e toda aquela coisa, só que nesse intervalo de tempo entre final de 2007 e começo de 2008, fui surpreendido pelo convite do NX Zero para fazer a capa do CD "Agora", e que por consequência desse trabalho me chamaram para fazer o making of do clipe de “Cedo ou Tarde”, e que também por consequência desse trabalho me convidaram para ser o fotógrafo fixo, fazer parte da equipe e tudo mais. E aí tudo virou de vez.
Não tive tempo nem oportunidade real para iniciar minha pós e hoje vivo nessa correria absurda que é acompanhar uma das mais evidentes bandas de rock da atualidade. A agenda é frenética e eu fico mais fora de casa do que em casa, mas faz parte. Além das fotos também faço os vídeos de estrada, sendo assim, o trabalho é dobrado. Muita gente acha que a vida é mansa, que é tranquila, mas não é... muito pelo contrário, é correria total mesmo, trampando direto e tendo que entregar o material todo em dia para não acumular, já que a média de shows por mês é de 10 a 15. Isso significa que você não tem final de semana, não tem feriado e não tem tempo pra ir em balada. Aí você calcula 10 shows mas o mês tem 30 ou 31 dias.. e o resto? O resto você tem que trabalhar também... separando as fotos, atualizando site, encaminhando para assessoria de imprensa quando precisa, editando videos, acompanhando idas em algumas rádios, tvs e tudo mais. Tem muita coisa que rola e que a galera que ta de fora não vê e nem sonha que existe... mas é trampo de verdade, não é moleza não.
Claro que é gratificante pra caramba, você acaba conhecendo milhares de lugares que não iria se não fosse por essa oportunidade de estar ali acompanhando, mas não dá tempo de brincar muito não. A coisa é séria e tem que ser mesmo.
Os frutos a gente colhe através do trabalho bem feito e da paixão por estar fazendo o que gosta, e acredito que pra tudo funciona exatamente igual. Não importa qual seja o seu trabalho, o lance é o mesmo... é fazer o que gosta, com vontade, competência e seriedade. No final, alguém te enxerga e te dá a oportunidade de mostrar ainda mais seu talento.
Enfim, esse é um resumo mais por cima... quem sabe numa próxima eu coloque realmente um pouco do dia-a-dia aqui, pode ser que interesse a algumas pessoas (ou não). Mas até lá ainda tem tempo...
Vou ficando por aqui então e até a próxima!

Beijos e abraços!"




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2 comentários:

S.F.F. disse...

perfeito texto Cesinha... Vc escreve mto bem... Admito demais seu trabalho...!

Natascha Petruska disse...

caraca de 10 a 15 shows fora os eventos =O
sei bem como é isso de ter prazos e sempre entregar o mais rápido possivél tem que se dedicar mesmo.

beijos