segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Entrevista - Envydust


Comemorando o lançamento do seu mais recente álbum, 'UM', a banda paulista Envydust é uma das mais aclamadas da cena atual. Formada por Max (voz), Daniel (voz, berros), Bjar (guitarra), Che (baixo), Sheika (guitarra) e Barros (bateria), eles também lançaram um novo single, 'Meu Lugar'.
Confira agora o papo com baixista Che e o vocalista Max.


Como se conheceram e como começou o Envydust?
Che: Em 1999, eu e o Max nos conhecemos no colégio. Era sonho dos dois ter uma banda. O Max tocava no
Mike Get Out, que existia há um mês, e me chamou pra participar da banda. Em 2001, todos os integrantes da
banda saíram, sobrando apenas nós dois. Foi quando o Barros e o Daniel, que conhecíamos do colégio, entraram pra banda. Nessa época, eu e o Max tocávamos guitarra e dividíamos os vocais, o Daniel tocava
baixo e o Barros batera. Era uma banda de hardcore melódico e cantávamos em inglês. Mais pra frente nós quatro resolvemos mudar o estilo da banda, estávamos ouvindo sons mais pesados e descobrimos que o Daniel gritava muito bem. Então, chamamos o Shelka e mais um guitarrista e um violinista, que ficou pouco. Começamos a banda nova, agora com o nome Envydust. O Bjar veio mais tarde, já havíamos passado por dois outros guitarristas e finalmente, com ele, chegamos à formação definitiva da banda.



Recentemente, a banda lançou o seu segundo disco,'UM'. De que forma ocorreu o processo de produção e gravação deste trabalho?
Che: Foi um disco extremamente trabalhoso de ser produzido. Demoramos quase dois anos compondo o instrumental dele. Queríamos inovar, e realmente o disco ficou bem diferente do nosso primeiro trabalho.
Contamos com a participação de Pedro Antunes e Lineu Andrade na produção, e foi um disco muito trabalhado, cheio de participações especiais. Digamos que foi um filho que deu muito trabalho na hora do parto. Estamos felizes com o resultado.



Alguns classificam o Envydust como 'screamo', outros como'metal' e por aí vai. Qual a opinião de vocês sobre essas 'classificações'?
Che: Nós somos seis, é gente pra caralho, sempre tivemos gosto musical variado, indo da MPB ao thrash, passando por jazz e música eletrônica. Mas os estilos musicais em comum são o metal e o hardcore, e acho que
são os dois estilos que mais influenciam o som da banda. Nós não gostamos de rotular nosso próprio som. O objetivo é fazer música, ao mesmo tempo pesada e agradável aos ouvidos.



A banda tem uma página no MySpace e um fotolog. Como ocorre a relação de vocês com a internet?
Che: É, sem dúvida, o meio mais importante para a divulgação do nosso trabalho. É também o local onde podemos estar em contato com os fãs da banda. Hoje, o mundo da música e a internet estão vinculados tão
fortemente que até se confundem. É impossível separá-los e querer viver da música sem explorar esse meio, seja você uma banda underground ou mainstream.


Como vocês a avaliam a cena underground atual?
Max: As coisas hoje estão indubitavelmente diferentes de quando começamos a tocar. Quando o CPM22 estourou, todo mundo ficou impressionado, era meio esquisito ver uma banda underground conseguindo um espaço tão grande na mídia. Hoje em dia essa linha que divide o underground do mainstream vem afinando cada vez mais, e essas coisas deixaram de ser tabu. O grande público se abriu, e as gravadoras, temendo o fim,voltam seus olhos pra essas bandas underground, que são bandas "prontas", que já tem seus trabalhos consolidados, sua base de fãs, sua equipe, seu profissionalismo.
Acostumadas a não ter ajuda de ninguém, essas bandas sempre correram atrás das suas coisas, sem precisar de ninguém, e essa habilidade tem sido muito apreciada pelas gravadoras. Essa é a razão de termos visto várias bandas flertarem com grandes gravadoras depois desse boom doCPM22, como foi o caso de Dead Fish, ForFun, Emo., NxZero, Fresno e agora mais recentemente o Glória. Ainda tem muita coisa boa por vir.

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