segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Entrevista - Teoria do Caos


A Teoria do Caos, de Valinhos (SP), acaba de lançar seu primeiro clipe, ‘Como Um Perdedor’. Formada por Le Atkinson (vocal), Bruno Lencar (guitarra), B. (baixo) e Atus (bateria), a banda se concentra agora na gravação de seu novo disco.
Confira o papo com o vocalista Le.


Como vocês se conheceram e como começou a Teoria do Caos?

Fala galera, tudo certo? Antes de mais nada, valeu pela entrevista Edu, demorou mas saiu!

Nos conhecemos quando éramos pequenos e pentelhos, na época da escola. Crescemos juntos e evoluímos na música juntos. Cada um teve seus projetos, algumas bandas antes da Teoria. Fazíamos algum barulho aqui em Valinhos, nossa cidade natal, mas nada de muito sucesso. Por volta de 2005, eu e o Lencar estudávamos na mesma classe, no colegial, e vivíamos compondo, gravando algumas coisas sem pretensão. Um belo dia resolvemos fundar a Teoria do Caos com o propósito de tocar e divulgar nossa própria música, ao invés de se sujeitar ao martírio de ter uma banda de pop rock cover.


O disco 'A Incansável Fábrica de Ilusões', lançado em 2007, marca a estréia da banda no mercado fonográfico. Como foi o processo de composição e produção do disco?

A Incansável Fábrica foi um projeto muito ousado da nossa parte. Ainda éramos muito inexperientes, imaturos, mas diante de oportunidades como as aparições na MTV e propostas de selos e gravadoras independentes para o lançamento de um disco, sentimos que era o momento de lançar um material de qualidade. Nós criamos um contexto extremamente complexo, um enredo mirabolante por trás de tudo (que até hoje, acredito que só nós da banda consigamos ver), e nos internamos no ALV Studio em Campinas pra transformar tudo isso em música. Depois de um ano turbulento, muitas dificuldades pra terminar as gravações, um quase-fim da banda...conseguimos lançar o que nós consideramos a coisa mais bonita que cada um de nós já fez na vida toda. É um disco extremamente ambicioso, pretensioso. As músicas são muito fortes, e dizem muito a meu respeito, à história da minha vida. É um disco pra contemplar. Pra descobrir.



A banda tem um fotolog, uma página no MySpace e um site. Qual a relação de vocês com a internet?

A internet mudou o rumo da humanidade, e em todos os ramos de atividade, podemos ver benefícios e prejuízos causados por ela. No nosso caso, foi uma chance de mostrar a pessoas do mundo inteiro as músicas que fizemos aqui, na nossa casa. Isso é mágico! Desde o primeiro dia de vida da banda, somos independentes. E sendo independente, o que resta a uma banda é explorar caminhos diferentes dos da grande mídia e dos veículos mainstream. Hoje qualquer um pode criar sua banda, divulgar, vender shows, mostrar seus vídeos, tudo sem sair de casa. E o acesso a essas informações é “gratuito” e ilimitado! É como ter o mundo inteiro na sua frente, pronto pra ver tudo o que você quiser mostrar. MAS, como tudo na vida, existe o lado ruim. As bandas brotam do chão como uma praga. E diante de tudo isso, fica difícil filtrar o que presta e o que não presta. Mas isso já não cabe a nós. A verdade é que não seríamos absolutamente NADA sem a internet.


Qual a coisa mais engraçada ou inusitada que já aconteceu numa viagem da banda?
Cara, SÓ acontece coisa engraçada. Além da banda, temos uma equipe que sempre está com a gente. Fazem parte dela o Dani, o Gordo e o Fanta. Certa vez, fomos tocar em Jundiaí. Fizemos um show inesquecível, e em seguida fomos pra um restaurante fast-food comemorar e jantar. Depois de comer, pegamos a estrada. Estávamos quase chegando em casa, quando o telefone tocou. Era o FANTA, perguntando onde estava todo mundo. Esquecemos o cara lá. Depois, claro, ele quis matar todo mundo, mas ninguém conseguia parar de rir do fato. Além disso, sempre rola muita coisa que não dá pra contar aqui...sempre tem as garotas pedindo pra “perder a virgindade” com algum dos integrantes...é o rock! Pra quem quiser ver coisa engraçada, temos a TCTV, que é nosso canal no YouTube, onde publicamos vários vídeos de viagens, bastidores, etc. Acesse aí: www.youtube.com/teoriadocaos


Recentemente, vocês lançaram o primeiro clipe da banda, 'Como Um Perdedor'. De que forma ocorreu o processo de produção do clipe?

Foi muito interessante porque nós participamos ativamente do processo. Desde a idéia inicial até a edição do clipe, passando pela produção, a filmagem...tudo teve o dedo da banda. Fizemos o clipe em parceria com a SET PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS, uma empresa aqui de Valinhos. O mais legal de tudo, é que o clipe precisou de um cast de mais ou menos 90 pessoas, entre atores, banda e figurantes. Chamamos todos os amigos, fãs, fizemos promoções, e foi uma grande festa de verdade! A única diferença é que não tinha bebida alcoólica de verdade. Foram 2 dias inteiros pra gravar as cenas da festa, e mais 3 dias para as outras cenas. Foram momentos inesquecíveis pra nós, por estar junto de todo mundo, todos com o único propósito de fazer a coisa da melhor maneira possível. E acho que valeu o esforço!


Como vocês avaliam a cena underground atualmente?

Essa pergunta é muito interessante, porque apesar de termos nos lançado pra valer há pouco tempo, nós tocamos há muitos anos por aí. Desde muleques mesmo. Essa cena underground nos foi apresentada em 2005, no começo da banda, quando abrimos o show do NxZero em começo de carreira, num buteco que hoje nem existe mais em Vinhedo/SP. Naquele show, tivemos que vender 20 ingressos pra ser a primeira banda a tocar. Tocamos por volta do meio dia. Ninguém viu. Óbvio. De lá pra cá muita coisa mudou. O legal naquela época era ser sujo, fedido, hardcore porcão mesmo. Hoje, a gente vê as casas com mais estrutura, permitindo que as bandas trabalhem melhor. Vemos mais espaço. Não são só as bandas da grande panela que conseguem tocar. Tem espaço pra todo mundo. Vemos a massificação desse movimento. Hoje um show “under” pode facilmente ter mais público do que um mainstream. Tem muita gente curtindo, ouvindo as bandas, e querendo sair de casa pra ver os shows. O grande problema é que existe o outro lado. O lado ruim. Rola muita exploração das bandas que estão começando. A galera nova pagando rios de dinheiro por uma posição legal no show. O preço é tabelado. Paga mais, toca mais. Isso é ridículo. É a banalização da música como arte. Não querem saber se a banda é ruim ou péssima. Pagou? Tocou, meu amigo. Hoje graças a muito empenho, a muita gente que nos ajudou e ajuda até hoje, conseguimos superar essa fase. Mas ainda assistimos tudo isso acontecendo com amigos, com colegas de profissão. É lamentável, e eu torço muito pra que mude. Pra que a ARTE seja a moeda de troca. Que a MÚSICA seja o foco. Mas infelizmente, somos realistas e não conseguimos ver as coisas indo além do que se vê hoje. Relevando tudo isso, o importante é que existem muitas bandas boas despontando nesse meio. Temos grandes promessas.


Um comentário:

Anônimo disse...

Parece ser legal esses caras. Queria ouvir alguma musica deles, me manda depois Patrão? :D